sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Folha - Abril de 2012


Um ponto de vista…

Pela graça dos deuses que ainda vamos podendo dizer o que pensamos, contudo, dos “nossos” pensamentos nem sempre podemos falar.
O pensamento é livre, mesmo dentro da prisão, mas raramente podemos expressá-lo. Isto prende-se com o facto de desejar tecer algumas considerações sobre o tema “exames” e esperar não ser mal entendida. Acresce ainda que considero sempre que posso estar errada.

1. Fomos informados pelo ministro da educação que a partir de 2013 vai passar a haver exames no 4º ano.
Quero deixar claro que para mim tanto me faz que seja este ministro como outro qualquer, porque na minha idade, e depois de ver o que já vi e viver o que já vivi, habituei-me a acreditar APENAS nas pessoas, individualmente, a acreditar APENAS nos seus actos e MUITO RARAMENTE no que elas dizem.
Após o anúncio levantaram-se várias vozes de pessoas eminentes, que tiveram expressões do tipo: “isto é voltar ao passado… isto é uma coisa salazarenta … isto não serve de nada … os alunos vão ser submetidos a um stresse desnecessário….o exame da 4ª classe antigamente fazia sentido porque as pessoas ficavam por aí…etc, etc”.

Respeitosamente, a minha opinião:

1º Não é suposto que o ser humano seja tão imaculado e tão ético que não necessite de supervisão. Houve alguns ao longo da história a quem se chamou “santos” e até esses cometeram os seus pecaditos, mesmo que secretos. Por isso, os exames, as verificações, a supervisão, os juízes, etc. são sempre necessários. É assim! Somos imperfeitos, podemos pecar, podemos errar e isso não faz de nós maus profissionais e muito menos más pessoas. A única coisa que distingue os maus dos bons é a capacidade para arcar com tudo o que FAZEM, sem desculpas ou justificações.

2º Os exames são um bem para o professor, para a escola e sobretudo para os alunos.

3º O professor deseja que os seus alunos sejam examinados para verificar se o que está a ensinar é bom para eles e se a sua evolução é correcta. Claro que para isso não basta um exame, mas ele também só representa 30% da classificação geral.

4º A escola precisa que haja exames para melhorar as suas performances e para avaliar o seu trabalho como equipa e como instituição.

5º Os alunos devem ter exames

Admitindo que esta vida é um jogo, ele não pode ser jogado se não houver campo, jogadores, árbitros, regras, barreiras, treino, saber, ganhar e perder. Ao longo da história andámos sempre a remar contra isto, mas não há volta a dar: umas vezes perde-se outras ganha-se.
Os exames são uma barreira, como é começar a andar, a falar, a ler, a comer, etc. São tudo barreiras em que só é possível crescer e ser responsável se as pessoas, desde pequenas, forem postas perante as mesmas e as puderem transpor.
As dificuldades são meios de aprendizagem, de conhecimento e de treino para a nossas vidas. Ninguém é responsável ou sobrevivente se não tiver que conquistar o que quer, ou dificuldades para ultrapassar. “O que nos é dado nunca é verdadeiramente nosso”.
Uma criança que cresce a ver os pais a demover-lhe os obstáculos, a não ter decepções, a não ter que prestar “contas” pelo seu comportamento, dificilmente será uma pessoa responsável e sobretudo feliz. Um dia vai estar perante a vida e terá que aprender da pior maneira que ela é dura e aí, talvez lhe faltem as ferramentas necessárias para suavizar essa dureza. Estas ferramentas ganham-se ao longo da vida com a uma educação sem “paninhos quentes”, mas exigente e com amor. Dói-nos mais a nós do que a eles, dá-nos mais trabalho a nós do que a eles, mas este é o melhor serviço que lhes podemos prestar!
O 4º ano é o término de um ciclo de quatro anos da vida de um aluno, que precisa de ser acabado com o maior êxito possível. É necessário que a criança saiba que o seu esforço foi avaliado e compensado, e, se não houve esforço, é bom que o saiba também. As reprovações só são más se o aluno ficar entregue a si mesmo, mas se for acompanhado e perceber que sem trabalho não se ganha, essas reprovações são benéficas, especialmente nos casos em que se colocam problemas de falta de maturidade.
Não faz mal que a criança passe pelo stresse de um exame, ela vai ter milhares de situações de stresse, portanto é bom que se vá treinando e quanto mais cedo melhor, porque o treino cria rotina e esta diminui a tensão, o esforço e o próprio stresse.

São

Sem comentários:

Enviar um comentário